Abrames: Vinte Anos de História![1]

A Academia Brasileira de Médicos Escritores (Abrames) é o único silogeu literário exclusivo de médicos que se conhece no mundo! Foi idealizada por Mateus Vasconcelos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames), regional do Estado do Rio de Janeiro (1969-1971 e 1974-1975) e da sede nacional (1980-1982).

A fim de que tal desiderato fosse alcançado, um pugilo de médicos idealistas, constituído por Marco Aurélio Caldas Barbosa, eleito presidente dessa comissão, Mateus Vasconcelos, Miguel Calille Jr., Tito de Abreu Fialho, Maria José Werneck, Perilo Galvão Peixoto, Syllos de Sant`Anna Reis e Luiz Gondim de Araújo Lins passou a se reunir na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Formularam seus estatutos, as insígnias acadêmicas e escolheram para patrono da entidade Manuel Antônio de Almeida (1831-1861), médico, jornalista, cronista, romancista, crítico literário e também patrono da cadeira no 28 da Academia Brasileira de Letras.

A Abrames foi fundada, propositadamente, no dia 17 de novembro de 1987 – dia e mês de nascimento de Manuel Antônio de Almeida, seu patrono –, no anfiteatro Miguel Couto do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, na cidade do Rio de Janeiro. Devido ao seu falecimento, Mateus Vasconcelos não pôde ver seu ideal realizado, assim como Miguel Calille Jr., tendo-lhes sido outorgada pelos seus pares, a honra de serem patronos, respectivamente, das cadeiras no 1 e no 4.

Marco Aurélio Caldas Barbosa não somente foi o líder da comissão organizadora da Abrames, seu grande protagonista, mas também é considerado seu fundador. Foi ele quem planejou a medalha, desenhou os diplomas, supervisionou os estatutos, delineou a bandeira e previu seu escudo. Ademais, organizou a festa solene de instalação do sodalício com suas cinquenta cadeiras na memorável noite de 26 de maio de 1989, em sessão de gala, no Palácio da Cultura Gustavo Capanema, na cidade do Rio de Janeiro.

A Abrames compõe-se de cinquenta cadeiras, em que predomina o princípio da vitaliciedade modificada, admitindo, desde o seu primeiro Estatuto, em 1987, a condição de membro emérito, quando, sob certas circunstâncias, ocorre a vacância da cadeira sem que o titular perca a sua condição de acadêmico.

Os patronímicos das cinquenta cadeiras da Abrames foram ilustres médicos escritores, sendo que 23 deles pertenceram à Academia Nacional de Medicina; 14 tiveram seus nomes ligados à Academia Brasileira de Letras; e outros, vínculos com igualmente notáveis entidades, tais como Academia Mineira de Letras, Academia Fluminense de Medicina, Academia Paulista de Letras, Academia Brasiliense de Letras, Academia Luso-Brasileira de Letras, Academia Petropolitana de Letras, dentre outras. Há uma só patronesse, Francisca Praguer Fróes, patronímia da cadeira no 24.

A Abrames é filha da Sobrames e a maior parte dos membros que tiveram o privilégio de a ela pertencer foram ou são, igualmente, membros de diversas regionais estaduais da Sobrames. Por ocasião da instalação da Abrames, havia em seu quadro membros representantes dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Alagoas e Paraná. Posteriormente, além desses, ingressaram membros dos Estados do Amazonas, Rondônia, Ceará, Pernambuco e Goiás.

A Sobrames paulista sempre gozou de prestígio na Abrames. Seus doze representantes, ao longo desses vinte anos são, em ordem cronológica de posse: Helio Begliomini e Flerts Nebó (titulares-fundadores, 1989); Regis Cavini Ferreira (1993); Carlos Luiz Campana e Thereza Freire Vieira (1995); Walter Whitton Harris (1997); Aldo Miletto e Josyanne Rita de Arruda Franco (1999); Evanil Pires de Campos (2000); Luiz Giovani (2001); Alcione Alcântara Gonçalves (2003) e Nelson Jacintho (2006).

Na instalação da Abrames, cinco de seus membros eram também titulares da vetusta Academia Nacional de Medicina. Nos anos seguintes, mais sete membros desse honorável e secular sodalício também adentraram na Abrames.

Dos seus cinquenta fundadores apenas quatro eram mulheres: Maria José Werneck (RJ), Zilda Cormack (RJ), Coracy Teixeira Bessa (BA) e Dulce Morgado Castellar Pinto (RJ). Posteriormente ingressaram mais oito: Maria da Paz Manhães (RJ), Inaura Vaz Carneiro Leão (RJ), Marli Piva Monteiro (BA), Thereza Freire Vieira (SP), Sara Riwka Erlich (PE), Marialzira Perestrello (RJ), Josyanne Rita de Arruda Franco (SP) e Leila Maria Campos Jordão (RJ).

Registra-se, como curiosidade, que os mais jovens membros a adentrarem na imortalidade da Abrames foram: Helio Begliomini, com 34 anos, e Josyanne Rita de Arruda Franco, com 37 anos, ambos membros da Sobrames paulista.

Transcorridos vinte anos de existência da Abrames, encontram-se ainda entre nós apenas doze de seus cinquenta membros fundadores. Nesses quatro lustros, houve nove mandatos de dois anos cada, sendo seus presidentes, em ordem cronológica: Marco Aurélio Caldas Barbosa (1989-1991), Tito de Abreu Fialho (1992-1993), Júlio Arantes Sanderson de Queiroz (1994-1995 e 1996-1997), Jorge Picanço Siqueira (1998-1999), Zilda Cormack (2000-2001 e 2002-2003) e Abílio Kac (2004-2005 e 2006-2007).  Salienta-se que Luiz Gondim de Araújo Lins esteve presente em todas as diretorias, ocupando em cinco gestões a vice-presidência.

Estas modestas palavras inspiradas por ocasião do vigésimo aniversário desse querido silogeu pretendem não somente prestar uma singela homenagem a esta augusta casa de médicos literatos, à memória de seus membros, mas também, contribuir simploriamente com sua divulgação e sua história.


[1] O Bandeirante. Ano XVI – no 180 (novembro): 1 e 8, 2007.

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